terça-feira, 7 de junho de 2011

SOCORRO: O BANCO QUER ME ROUBAR!

O sistema bancário cobra para manutenção de minha conta-corrente, além de cobrar pela maioria dos serviços prestados na movimentação do dinheiro que eu guardo na agência, não porque está sobrando, mas, para que eu possa deixá-lo em lugar seguro e utiliza-lo de acordo com minhas necessidades ou conveniências. A evolução tecnológica colocou aomeu alcance, para essas operações, o caixa eletrônico, de grande comodidade pela ampliação do horário de atendimento, embora implantando com o serviço mais uma fila para ao desconforto do cliente. Teoricamente é assim que funciona para todos os correntistas. Na prática, entretanto, temos a comprovação de que embora sejamos todos iguais perante a Lei, também na agência há os ilustres clientes diferenciados – porque montados na grana – que invariavelmente são atendidos sem fila, pois, quando existentes são por eles furadas descaradamente; os “boys” com seus envelopes e pastas, e os clientes que por diferentes razões dependem dos serviços humanos dos vários caixas e guichês para o atendimento, nem todos porém com disponibilidade de funcionários, como quase sempre ocorre com aquele encimado por um aviso: “Exclusivo para maiores de 60 anos, gestantes, portadores de deficiência...”, algo assim. Esta é a agência dos que ultrapassam a porta giratória.
Os caixas eletrônicos, no amplo salão de fácil acesso a todos, são utilizados pela maioria dos correntistas que vão à agência para retirada ou depósito de valores e para pagamentos de boletos que disponibilizam código de barra (outra invenção brilhante dos sistema financeiro, resultante da TI). É aí que vamos nós, os menos iguais, para quitar os compromissos, como por exemplos as contas de água, luz, telefone e as prestações que asseguram “o nome limpo na praça”. É só a gente ter o cartão contratado junto ao banco e uma senha, para que o nosso dinheirinho possa pingar em nossas mãos, de acordo com necessidades ou conveniências, desde que tenha sido depositado em nossa conta-corrente. Entre esses cidadãos menos iguais, talvez a maioria absoluta vá ao caixa eletrônico retirar o que recebe do empregador ao fim de mais um mês de trabalho, ou de aposentadoria do INSS.
Quem abastece o caixa eletrônico, para que ele nos devolva o que é nosso? Lógico que é alguém que trabalha na agência. Aliás, a máquina não passa de um funcionário, talvez mais infalível e econômico. Se eu vou retirar o que é meu e está guardado na agência bancária, e estou adimplente com o que me cobram pelo serviço, quero mais é que me respeitem. Dispenso o cafezinho da gerência, aceito e fila como inevitável e vejo como aprimoramento na prestação de serviços o caixa eletrônico. Acho péssimo, porém, chegar numa tarde de 6ª feira, na véspera de um feriado, ou qualquer dia à agência para, por necessidade ou conveniência, sacar o que é meu e a máquina estar sem grana. O que dizer agora, com essa história de tinta vermelha para identificar notas roubadas? Se a nota saiu do caixa eletrônico, quem pôs foi o banco. Ela vai ter de valer, para mim e qualquer correntista que comprovar o saque. Senão, quem está nos roubando é o banco.

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