sábado, 4 de junho de 2011

ESPELHO, ESPELHO MEU, O TRONO É OU NÃO É MEU?


Escritos antes das eleições do ano passado, os versos abaixo foram publicados no Papo do Mutum em janeiro, mas, não sei por que, me deu agora uma vontade danada de republicá-los:

GRACIAS A EL REY LUIZ

Doar a quem esta herança maldita
Que transformei no olimpo
Enquanto garimpei o ouro
Que dos meus bolsos transborda
E esparrama migalhas luzentes
Que não apontam futuro
Para quem é maltratado
Por falta de educação
Saúde, saneamento
Formando um a um multidão
De tantos milhões de gentes
Que não nasceram meus filhos
Mas a quem eu dou guarida
Desde que estendam a mão?

Sejam gratos, confiantes
Que faço o melhor que posso
Tirando dos companheiros
Que me sustentam no trono
- Esta gente honesta, honrada
Exemplo de brasileiros
Que não nega a cada irmão
(no sentido figurado)
As sobras do ouro embolsado
Sem qualquer corrupção.

Falo claro, jogo limpo
Pois neste país nunca antes
Sob o estelar firmamento
Neste reinado que é meu
Nesta terra tão bendita
Houve tantos brasileiros
Que da pobreza saíram
Embora a oposição
Venha com toda essa grita
E só pra fazer baderna
Diz que é pura enganação
De quem a todos governa.

Assim esta herança maldita
Que transformei no olimpo
Será de quem eu quiser
No meu trono aqui sentar
Desde que bom companheiro
Ou companheira mulher
Para falar “sim Senhor”
Conforme eu comandar.

Não posso deixar de ser dono
Do poder que construí
Seria um tropeço no escuro
ver todo o ouro roubado
Ao povo não mais chegar
Pelas migalhas do engodo

Por isso não abro mão
Meu Deus do céu quem diria
De pôr na minha cadeira
e ensinar o que aprendi
para me representar
Uma mulher, minha cria
Que cuide do meu reinado
Defenda os companheiros
E me devolva no futuro
Este olimpo abençoado
Que fiz com herança maldita

Ninguém me empurra no lodo
Viva os pobres brasileiros!

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