quarta-feira, 13 de julho de 2011

A PRAÇA É DO POVO.


Só hoje, agora, é que li no Blog do Noblat o artigo abaixo, publicado no jornal O Globo. Também não sei a resposta à indagação do autor e, por julgar ser uergente encontrar a saiba, reproduzo o que li há pouco. Isto porque, cá do meio do mato das Minas Gerais, quero fazer do Papo do Mutum porta-voz da minha indignação.



Política
Por que os brasileiros não reagem?

Juan Arias, O Globo

O fato de que em apenas seis meses de governo a presidente Dilma Rousseff tenha tido que afastar dois ministros importantes, herdados do gabinete de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva (o da Casa Civil da Presidência, Antonio Palocci - uma espécie de primeiro-ministro - e o dos Transportes, Alfredo Nascimento), ambos caídos sob os escombros da corrupção política, tem feito sociólogos se perguntarem por que neste país, onde a impunidade dos políticos corruptos chegou a criar uma verdadeira cultura de que "todos são ladrões" e que "ninguém vai para a prisão", não existe o fenômeno, hoje em moda no mundo, do movimento dos indignados.

Será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética de muitos dos que os governam? Não lhes importa que tantos políticos que os representam no governo, no Congresso, nos estados ou nos municípios sejam descarados salteadores do erário público?

É o que se perguntam não poucos analistas e blogueiros políticos.

Nem sequer os jovens, trabalhadores ou estudantes, manifestaram até agora a mínima reação ante a corrupção daqueles que os governam.

Curiosamente, a mais irritada diante do saque às arcas do Estado parece ser a presidente Rousseff, que tem mostrado publicamente seu desgosto pelo "descontrole" atual em áreas do seu governo e tirou literalmente - diz-se que a purga ainda não acabou - dois ministros-chave, com o agravante de que eram herdados do seu antecessor, o popular ex-presidente Lula, que teria pedido que os mantivesse no seu governo.

A imprensa brasileira sugere que Rousseff começou - e o preço que terá que pagar será elevado - a se desfazer de uma certa "herança maldita" de hábitos de corrupção que vêm do passado.

E as pessoas das ruas, por que não fazem eco ressuscitando também aqui o movimento dos indignados? Por que não se mobilizam as redes sociais?

O Brasil, que, motivado pela chamada marcha das Diretas Já (uma campanha política levada a cabo durante os anos 1984 e 1985, na qual se reivindicava o direito de eleger o presidente do país pelo voto direto), se lançou nas ruas contra a ditadura militar para pedir eleições, símbolo da democracia, e também o fez para obrigar o ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992) a deixar a Presidência da República, por causa das acusações de corrupção que pesavam sobre ele, hoje está mudo ante a corrupção.

As únicas causas capazes de levar às ruas até dois milhões de pessoas são a dos homossexuais, a dos seguidores das igrejas evangélicas na celebração a Jesus e a dos que pedem a liberalização da maconha.

Será que os jovens, especialmente, não têm motivos para exigir um Brasil não só mais rico a cada dia ou, pelo menos, menos pobre, mais desenvolvido, com maior força internacional, mas também um Brasil menos corrupto em suas esferas políticas, mais justo, menos desigual, onde um vereador não ganhe até dez vezes mais que um professor e um deputado cem vezes mais, ou onde um cidadão comum depois de 30 anos de trabalho se aposente com 650 reais (300 euros) e um funcionário público com até 30 mil reais (13 mil euros).

O Brasil será em breve a sexta potência econômica do mundo, mas segue atrás na desigualdade social, na defesa dos direitos humanos, onde a mulher ainda não tem o direito de abortar, o desemprego das pessoas de cor é de até 20%, frente a 6% dos brancos, e a polícia é uma das que mais matam no mundo.

Há quem atribua a apatia dos jovens em ser protagonistas de uma renovação ética no país ao fato de que uma propaganda bem articulada os teria convencido de que o Brasil é hoje invejado por meio mundo, e o é em outros aspectos.

E que a retirada da pobreza de 30 milhões de cidadãos lhes teria feito acreditar que tudo vai bem, sem entender que um cidadão de classe média europeia equivale ainda hoje a um brasileiro rico.

Outros atribuem o fato à tese de que os brasileiros são gente pacífica, pouco dada aos protestos, que gostam de viver felizes com o muito ou o pouco que têm e que trabalham para viver em vez de viver para trabalhar.

Tudo isso também é certo, mas não explica que num mundo globalizado - onde hoje se conhece instantaneamente tudo o que ocorre no planeta, começando pelos movimentos de protesto de milhões de jovens que pedem democracia ou a acusam de estar degenerada - os brasileiros não lutem para que o país, além de enriquecer, seja também mais justo, menos corrupto, mais igualitário e menos violento em todos os níveis.

Este Brasil, com o qual os honestos sonham deixar como herança a seus filhos e que - também é certo - é ainda um país onde sua gente não perdeu o gosto de desfrutar o que possui, seria um lugar ainda melhor se surgisse um movimento de indignados capaz de limpá-lo das escórias de corrupção que abraçam hoje todas as esferas do poder.



Juan Arias é correspondente do El Pais no Brasil
Política
Por que os brasileiros não reagem?

Juan Arias, O Globo

O fato de que em apenas seis meses de governo a presidente Dilma Rousseff tenha tido que afastar dois ministros importantes, herdados do gabinete de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva (o da Casa Civil da Presidência, Antonio Palocci - uma espécie de primeiro-ministro - e o dos Transportes, Alfredo Nascimento), ambos caídos sob os escombros da corrupção política, tem feito sociólogos se perguntarem por que neste país, onde a impunidade dos políticos corruptos chegou a criar uma verdadeira cultura de que "todos são ladrões" e que "ninguém vai para a prisão", não existe o fenômeno, hoje em moda no mundo, do movimento dos indignados.

Será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética de muitos dos que os governam? Não lhes importa que tantos políticos que os representam no governo, no Congresso, nos estados ou nos municípios sejam descarados salteadores do erário público?

É o que se perguntam não poucos analistas e blogueiros políticos.

Nem sequer os jovens, trabalhadores ou estudantes, manifestaram até agora a mínima reação ante a corrupção daqueles que os governam.

Curiosamente, a mais irritada diante do saque às arcas do Estado parece ser a presidente Rousseff, que tem mostrado publicamente seu desgosto pelo "descontrole" atual em áreas do seu governo e tirou literalmente - diz-se que a purga ainda não acabou - dois ministros-chave, com o agravante de que eram herdados do seu antecessor, o popular ex-presidente Lula, que teria pedido que os mantivesse no seu governo.

A imprensa brasileira sugere que Rousseff começou - e o preço que terá que pagar será elevado - a se desfazer de uma certa "herança maldita" de hábitos de corrupção que vêm do passado.

E as pessoas das ruas, por que não fazem eco ressuscitando também aqui o movimento dos indignados? Por que não se mobilizam as redes sociais?

O Brasil, que, motivado pela chamada marcha das Diretas Já (uma campanha política levada a cabo durante os anos 1984 e 1985, na qual se reivindicava o direito de eleger o presidente do país pelo voto direto), se lançou nas ruas contra a ditadura militar para pedir eleições, símbolo da democracia, e também o fez para obrigar o ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992) a deixar a Presidência da República, por causa das acusações de corrupção que pesavam sobre ele, hoje está mudo ante a corrupção.

As únicas causas capazes de levar às ruas até dois milhões de pessoas são a dos homossexuais, a dos seguidores das igrejas evangélicas na celebração a Jesus e a dos que pedem a liberalização da maconha.

Será que os jovens, especialmente, não têm motivos para exigir um Brasil não só mais rico a cada dia ou, pelo menos, menos pobre, mais desenvolvido, com maior força internacional, mas também um Brasil menos corrupto em suas esferas políticas, mais justo, menos desigual, onde um vereador não ganhe até dez vezes mais que um professor e um deputado cem vezes mais, ou onde um cidadão comum depois de 30 anos de trabalho se aposente com 650 reais (300 euros) e um funcionário público com até 30 mil reais (13 mil euros).

O Brasil será em breve a sexta potência econômica do mundo, mas segue atrás na desigualdade social, na defesa dos direitos humanos, onde a mulher ainda não tem o direito de abortar, o desemprego das pessoas de cor é de até 20%, frente a 6% dos brancos, e a polícia é uma das que mais matam no mundo.

Há quem atribua a apatia dos jovens em ser protagonistas de uma renovação ética no país ao fato de que uma propaganda bem articulada os teria convencido de que o Brasil é hoje invejado por meio mundo, e o é em outros aspectos.

E que a retirada da pobreza de 30 milhões de cidadãos lhes teria feito acreditar que tudo vai bem, sem entender que um cidadão de classe média europeia equivale ainda hoje a um brasileiro rico.

Outros atribuem o fato à tese de que os brasileiros são gente pacífica, pouco dada aos protestos, que gostam de viver felizes com o muito ou o pouco que têm e que trabalham para viver em vez de viver para trabalhar.

Tudo isso também é certo, mas não explica que num mundo globalizado - onde hoje se conhece instantaneamente tudo o que ocorre no planeta, começando pelos movimentos de protesto de milhões de jovens que pedem democracia ou a acusam de estar degenerada - os brasileiros não lutem para que o país, além de enriquecer, seja também mais justo, menos corrupto, mais igualitário e menos violento em todos os níveis.

Este Brasil, com o qual os honestos sonham deixar como herança a seus filhos e que - também é certo - é ainda um país onde sua gente não perdeu o gosto de desfrutar o que possui, seria um lugar ainda melhor se surgisse um movimento de indignados capaz de limpá-lo das escórias de corrupção que abraçam hoje todas as esferas do poder.



Juan Arias é correspondente do El Pais no Brasil

domingo, 10 de julho de 2011

MUTUM? FICA LOGO ALÍ, ATRÁS DA PEDRA

 
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UMA NO CRAVO, UMA NA FERRADURA

Ausente há exatamente um mês, volto agora sem saber qual poderia ser o melhor assunto para abordar neste Papo do Mutum com meus dois ou três prováveis leitores.
Talvez repercutir modestamente, mas, com meu direito de cidadão cada dia mais indignado, o naufrágio moral do país no mar de corrupção em que navegam homens e mulheres do poder, pelas turbulências crescentes a prenunciar um verdadeiro tsuname que, aqui do meu ponto de vista em terra que quero crer ainda firme, só será contido quando nossas ruas e praças estamparem mundo afora imagens e vozes como as que nos chegam pelas mídias de comunicação social de além-mar.
Podendo haver, entre os leitores que suponho ter, um ou outro mutuense interessado pelos assuntos de nossa terrinha, a dúvida seria eu escolher o que abordar, pois novidades há, algumas merecedoras de nosso aplauso e outras, de crítica. Não sei, por exemplo, se falo das 60 casas populares a modificar a paisagem à margem do asfalto, no início do perímetro urbano, ou das ruas que reduzem a poeira e os buracos com o calçamento que estão recebendo, obras que ao serem concluídas em breve tornarão mais bonita a região da Vila Norberto. Penso, porém, como morador desta mesma Vila Norberto, que o calçamento irá arrefecer em muito o nosso banho diário de poeira, eliminar o lamaçal deixado pelas chuvas, mas, não estará enterrando de vez o sonho dos moradores de ter debaixo da terra as redes de esgotamento sanitário e pluvial que indiscutivelmente são em conjunto a obra prioritária para crianças, adultos e idosos, porque de saneamento básico e consequentemente de promoção da saúde de todos?
Outra construção em fase de acabamento é a vistosa quadra poliesportiva, no centro da cidade, cujos benefícios serão inúmeros para a população mutuense, essa mesma população que é hoje convidada a participar de uma inevitável campanha de solidariedade à Confraria de São Vicente de Paulo, que comemora 80 anos de vida no dia 24 de agosto, para superar a crise financeira e continuar, como entidade de utilidade pública, a prestar os serviços de saúde através do Hospital São Vicente de Paulo por ela mantido.
Mais uma etapa de obras na Praça de Eventos “João Costa Oliveira”, que abrigará a XXVII Expo Mutum, de 20 a 24 deste mês, é motivo de alegria do mutuense por se tornar a cada ano mais adequada e atraente para que a população continue a dar mostras de sua hospitalidade recebendo pacatamente milhares de visitantes. Pena que haja a contrapartida da tristeza da população pela carência de ações voltadas para suas necessidades básicas, sobretudo da promoção da saúde. Se você é um daqueles poucos com quem penso estar falando no Papo do Mutum, vê se não é caso de saúde pública a cidade estar infestada de ratos. Se Brasília é exemplo de concentração de roedores bípedes, Mutum o é dos pequenininhos quadrúpedes. Providência que é boa para combatê-los, houve ou, quando haverá?

O POVO NA PRAÇA: QUANDO?

 
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sexta-feira, 10 de junho de 2011

LIÇÃO DE PORNOPOLÍTICA


‘Lição de pornopolítica’, por Nelson Motta

ARTIGO PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA SEXTA-FEIRA

Nelson Motta

“Quando atacam um companheiro nosso, temos que defendê-lo. Nem que depois a gente o chame num canto e diga que ele está errado.”

A frase poderia ser de um chefão mafioso para a quadrilha, ou de um lobo para a matilha, mas é a mais perfeita expressão do conceito lulista de ética, que se aplica tanto a Delúbio e Zé Dirceu como a Sarney, Renan e Severino.

Claro que depois Lula os chamou num canto e disse que eles estavam errados, nós sabemos como Lula é rigoroso. Na ética companheira o mais importante não é fazer errado, é não ser flagrado. Falar com a língua presa não é nada, o problema é ter preso o rabo.

Assim como os livros do MEC ensinam que 10 – 7 = 4, e que falar errado é só um preconceito linguístico, o lulismo trouxe conceitos éticos inovadores, como o que aceita o roubo e a corrupção, desde que seja para o partido. Mas, se for em causa própria, basta chamar o partido para defender o companheiro e salvá-lo da cadeia. Depois será chamado de lado para ouvir que estava errado.

No Brasil pós-Lula ninguém se envergonha de ser eleito para defender os interesses do País e dos seus eleitores ─ e também dar consultas para empresas privadas que só têm interesse em seus lucros.

Mas não é ilegal, gritam. É apenas imoral. Em países sérios seria, mas aqui nunca será, porque os deputados jamais vão legislar contra seus próprios interesses. É só uma afronta a homens e mulheres honestos que lutam para ganhar a vida e pagar impostos para sustentar essa gentalha. O traficante de influência é pior do que o de drogas, porque vende o que não lhe pertence.

Mesmo assim eles não conseguem viver com o salário de R$ 25 mil ─ maior do que o de parlamentares americanos e japoneses ─ e por isso precisam manter outro emprego, como Palocci e outros “consultores”. São deputados part time, que servem mais a seus clientes do que ao País.

Com todo respeito pela minoria que ainda resiste, atualmente a deputança parece apenas uma boquinha meio período, um trampolim para subir na vida e nivelar por baixo. Como diz a velha piada, mais atual do que nunca, eles estão fazendo na vida pública o que fazem na privada.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

DA VIDA PÚBLICA À PRIVADA

Só mesmo os institutos de pesquisa para afirmar quem alcançou maior ibope no noticiário de ontem: o que em 17 anos viveu todas as amarguras e alegrias de ídolo em todo o mundo, ao comemorar sua despedida como atleta fenomenal nos campos de futebol,levando consigo invejável patrimônio de conquistas esportivas, ou aquele que tornou-se também fenômeno pelo dom da ubiquidade, a ele propiciadora do recorde de tempo para o troféu do enriquecimento material, prêmio no seu caso controverso sob aspecto da ampliação do patrimônio moral dos homens de vida pública.
A partir de hoje, a repercussão da aposentadoria de Ronaldo Nazário, do futebol, e de Antonio Palocci, do poder executivo do país. Saem ambos, por sua trajetória, capazes de obter do eleitorado expressiva votação para cargos públicos
futuros. Como também o ladrão de galinha, da fábula que transcrevo do blog da Maria Helena Rubinato Borges, cuja autoria parece ser de Luiz Fernando Veríssimo. Bela, fabulosa.


O Brasil explicado em galinhas

Pegaram o cara em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e o levaram para a delegacia.

D - Delegado
L - Ladrão

D - Que vida mansa, heim, vagabundo? Roubando galinha para ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai para a cadeia!

L - Não era para mim, não. Era para vender.

D - Pior, venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!

L - Mas eu vendia mais caro.

D - Mais caro?

L - Espalhei o boato que as galinhas do galinheiro eram bichadas e as minhas galinhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos marrons.

D - Mas eram as mesmas galinhas, safado.

L - Os ovos das minhas eu pintava.

D - Que grande pilantra... (mas já havia um certo respeito no tom do delegado...) . Ainda bem que tu vai preso. Se o dono do galinheiro te pega...

L - Já me pegou. Fiz um acerto com ele. Me comprometi a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar os preços dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Convidamos outros donos de galinheiros a entrar no nosso esquema. Formamos um oligopólio. Ou, no caso, um ovigopólio..

D - E o que você faz com o lucro do seu negócio?

L - Especulo com dólar. Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns deputados. Dois ou três ministros. Consegui exclusividade no suprimento de galinhas e ovos para programas de alimentação do governo e superfaturo os preços.

O delegado mandou pedir um cafezinho para o preso e perguntou se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada. Depois perguntou:

D - Doutor, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está milionário?

L - Trilionário. Sem contar o que eu sonego de Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente no exterior.

D - E, com tudo isso, o senhor continua roubando galinhas?

L - Às vezes. Sabe como é.

D - Não sei não, excelência. Me explique.

L - É que, em todas essas minhas atividades, eu sinto falta de uma coisa. O risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora fui preso, finalmente vou para a cadeia. É uma experiência nova.

D - O que é isso, excelência? O senhor não vai ser preso não.

L - Mas fui pego em flagrante pulando a cerca do galinheiro!

D - Sim. Mas primário, e com esses antecedentes...

terça-feira, 7 de junho de 2011

SOCORRO: O BANCO QUER ME ROUBAR!

O sistema bancário cobra para manutenção de minha conta-corrente, além de cobrar pela maioria dos serviços prestados na movimentação do dinheiro que eu guardo na agência, não porque está sobrando, mas, para que eu possa deixá-lo em lugar seguro e utiliza-lo de acordo com minhas necessidades ou conveniências. A evolução tecnológica colocou aomeu alcance, para essas operações, o caixa eletrônico, de grande comodidade pela ampliação do horário de atendimento, embora implantando com o serviço mais uma fila para ao desconforto do cliente. Teoricamente é assim que funciona para todos os correntistas. Na prática, entretanto, temos a comprovação de que embora sejamos todos iguais perante a Lei, também na agência há os ilustres clientes diferenciados – porque montados na grana – que invariavelmente são atendidos sem fila, pois, quando existentes são por eles furadas descaradamente; os “boys” com seus envelopes e pastas, e os clientes que por diferentes razões dependem dos serviços humanos dos vários caixas e guichês para o atendimento, nem todos porém com disponibilidade de funcionários, como quase sempre ocorre com aquele encimado por um aviso: “Exclusivo para maiores de 60 anos, gestantes, portadores de deficiência...”, algo assim. Esta é a agência dos que ultrapassam a porta giratória.
Os caixas eletrônicos, no amplo salão de fácil acesso a todos, são utilizados pela maioria dos correntistas que vão à agência para retirada ou depósito de valores e para pagamentos de boletos que disponibilizam código de barra (outra invenção brilhante dos sistema financeiro, resultante da TI). É aí que vamos nós, os menos iguais, para quitar os compromissos, como por exemplos as contas de água, luz, telefone e as prestações que asseguram “o nome limpo na praça”. É só a gente ter o cartão contratado junto ao banco e uma senha, para que o nosso dinheirinho possa pingar em nossas mãos, de acordo com necessidades ou conveniências, desde que tenha sido depositado em nossa conta-corrente. Entre esses cidadãos menos iguais, talvez a maioria absoluta vá ao caixa eletrônico retirar o que recebe do empregador ao fim de mais um mês de trabalho, ou de aposentadoria do INSS.
Quem abastece o caixa eletrônico, para que ele nos devolva o que é nosso? Lógico que é alguém que trabalha na agência. Aliás, a máquina não passa de um funcionário, talvez mais infalível e econômico. Se eu vou retirar o que é meu e está guardado na agência bancária, e estou adimplente com o que me cobram pelo serviço, quero mais é que me respeitem. Dispenso o cafezinho da gerência, aceito e fila como inevitável e vejo como aprimoramento na prestação de serviços o caixa eletrônico. Acho péssimo, porém, chegar numa tarde de 6ª feira, na véspera de um feriado, ou qualquer dia à agência para, por necessidade ou conveniência, sacar o que é meu e a máquina estar sem grana. O que dizer agora, com essa história de tinta vermelha para identificar notas roubadas? Se a nota saiu do caixa eletrônico, quem pôs foi o banco. Ela vai ter de valer, para mim e qualquer correntista que comprovar o saque. Senão, quem está nos roubando é o banco.

domingo, 5 de junho de 2011

ENTRE ELES, A ÉTICA É UM ABISMO

                     O texto abaixo é do conhecido jornalista Élio Gáspari, que acabo de ler noBlog do Noblat.
Sua leitura é de fundamental contribuição para entendermos o quão diferentes podem ser os homens públicos, se compararmos os que hoje detêm o poder e aqueles que ontem ocuparam os mesmos cargos procurando contribuir para o engrandecimento da pátria de todos nós. 

De CelsoFurtado@org para Palocci@com

Senhor ministro, sua geração leu meu livro “Formação econômica do Brasil” procurando entender nosso país, pensando em mudá-lo para melhor. Não creio que meus leitores buscassem lições para enriquecer. Seria perda de tempo. Havia neles uma mistura de fé na nossa gente e até de solidariedade pela fantasia desfeita de um economista que foi do Ministério do Planejamento, em 1962, ao desterro voluntário, dois anos depois.
Escrevo-lhe para pedir que tire das costas do governo a carga de problemas que são seus, derivados daquilo que chamei, referindo-me ao Roberto Campos, de “temperamento concupiscente”.
A cobiça por bens materiais é coisa natural. Quando ela se mistura com biografias públicas, é comum que surjam conflitos políticos. Vivi 84 anos, fui ministro de dois governos e embaixador junto à Comunidade Europeia, publiquei cerca de 50 livros, um deles com 34 edições. Nunca me faltou o necessário. Acusaram-me de muita coisa, jamais de ter comprado um par de meias sem que pudesse tornar pública a origem dos recursos.
Morri num apartamento de Copacabana, com padrão suficiente para meus hábitos, bastante inferior ao que o senhor comprou por R$ 6,6 milhões. (Jantei outro dia com os ex-ministros Roberto Campos, Eugenio Gudin e Octavio Gouvêa de Bulhões. O Campos, com sua corrosiva maledicência, disse que as moradias dos comensais, somadas, não cobrem o preço da sua).
Os discípulos dos meus colegas de jantar seguiram outro caminho. Depois que retornei ao Brasil, vi como se fizeram rápidas fortunas, mas vi também como se deixaram de fazê-las. O serviço público nada rendeu à minha querida Maria da Conceição Tavares, ou ao Carlos Lessa.
Talvez sejamos uma espécie em extinção. Gente que gosta de relembrar e seguir a lição que ouvi do Raul Prebisch, o grande economista argentino. Depois de presidir o Banco Central do seu país, viu que ficara “sem meio de vida”. Convidado para a direção de grandes bancos, recusou: “Como podia colocar os meus conhecimentos a serviço de um se estava ao corrente dos segredos de todos?”
O senhor privatizou sua influência e justificou a própria concupiscência invertendo o dilema de Prebisch. Foi uma escolha pessoal, e Don Raul admite que está no seu direito fazê-la. Não estatize os reflexos de sua opção patrimonial, transferindo o ônus para um governo eleito por 55 milhões de pessoas.
Do seu patrício, Celso Furtado

Elio Gaspari, O Globo

sábado, 4 de junho de 2011

ESPELHO, ESPELHO MEU, O TRONO É OU NÃO É MEU?


Escritos antes das eleições do ano passado, os versos abaixo foram publicados no Papo do Mutum em janeiro, mas, não sei por que, me deu agora uma vontade danada de republicá-los:

GRACIAS A EL REY LUIZ

Doar a quem esta herança maldita
Que transformei no olimpo
Enquanto garimpei o ouro
Que dos meus bolsos transborda
E esparrama migalhas luzentes
Que não apontam futuro
Para quem é maltratado
Por falta de educação
Saúde, saneamento
Formando um a um multidão
De tantos milhões de gentes
Que não nasceram meus filhos
Mas a quem eu dou guarida
Desde que estendam a mão?

Sejam gratos, confiantes
Que faço o melhor que posso
Tirando dos companheiros
Que me sustentam no trono
- Esta gente honesta, honrada
Exemplo de brasileiros
Que não nega a cada irmão
(no sentido figurado)
As sobras do ouro embolsado
Sem qualquer corrupção.

Falo claro, jogo limpo
Pois neste país nunca antes
Sob o estelar firmamento
Neste reinado que é meu
Nesta terra tão bendita
Houve tantos brasileiros
Que da pobreza saíram
Embora a oposição
Venha com toda essa grita
E só pra fazer baderna
Diz que é pura enganação
De quem a todos governa.

Assim esta herança maldita
Que transformei no olimpo
Será de quem eu quiser
No meu trono aqui sentar
Desde que bom companheiro
Ou companheira mulher
Para falar “sim Senhor”
Conforme eu comandar.

Não posso deixar de ser dono
Do poder que construí
Seria um tropeço no escuro
ver todo o ouro roubado
Ao povo não mais chegar
Pelas migalhas do engodo

Por isso não abro mão
Meu Deus do céu quem diria
De pôr na minha cadeira
e ensinar o que aprendi
para me representar
Uma mulher, minha cria
Que cuide do meu reinado
Defenda os companheiros
E me devolva no futuro
Este olimpo abençoado
Que fiz com herança maldita

Ninguém me empurra no lodo
Viva os pobres brasileiros!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

QUEM CALA CONSENTE OU QUEM FALA MENTE?

Mantenho o hábito da leitura não apenas pela necessidade de me informar sobre tudo que ainda desconheço, mas também, ou preferencialmente, por significar uma das mais agradáveis possibilidades de lazer. Aprendi nas linhas e nas entrelinhas do conjunto das palavras escritas a distinção entre realidade e fantasia, teoria e prática, omissão e solidariedade.
Ainda criança, pelas ondas do rádio ouvidas em casa e nas ruas das cidadezinhas do interior, complementadas já na adolescência com as imagens alvinegras dos canais de TV, aprendi a importância dos veículos de comunicação eletrônica na difusão de noticiário jornalístico. Assim, lendo, ouvindo e vendo as informações alcançando-me onde eu estivesse, vim até onde estamos hoje: Nada de fato existe ou deixará de existir sem divulgação instantânea.
Não havendo então o que possa ser tratado como novidade a interessar o leitor, resta-me manifestar minhas apreensões sobre o que nos chega a todos, aqui e acolá, Brasil afora, como fatos no mínimo preocupantes para quem, cumprindo sempre seus deveres de cidadão, não quer ser omisso no seu direito de opinar.
Não votei na Dilma no primeiro turno, muito menos no segundo. Mas, votei em uma mulher: Marina Silva. Atitude lógica, por ser filiado ao PV de Mutum? Sim, mas, não a única razão. Por identificar-me com ela na luta em defesa do meio-ambiente, desde que ela era petista e não havia o Partido Verde em minha cidade? Um pouco, sim; não inteiramente. Haveria então algum interesse desses tão comuns em política com p minúsculo, de favorecimento pessoal, uma graninha pelo voto, algo assim? De jeito algum! Votei na Marina porque na balança em que pesavam a seu favor a sua integridade, seu passado, seu presente de correligionária e seu projeto de Brasil havia suficiente espaço para minha esperança, de que tudo poderia ser melhor ao contribuir com meu voto (e meus argumentos durante a campanha) para que o Brasil tivesse uma mulher na presidência da república.
Sou homem, tenho filhos e filhas, que amo igualmente. No convívio social, procuro não ter preconceitos. No meu conceito, são apenas peculiaridades que distinguem homem e mulher e a vida é uma corrida de revezamento entre pares do sexo masculino e feminino. Só que o homem agarrou o bastão no início da corrida, não largou mais e na sua dasabalada correria, procurando vencer obstáculos para a conquista do poder supremo, está cada vez mais abrindo mão dos princípios que deveriam reger a humanidade, impondo à mulher a humilhação de acompanhá-lo, negando-se a entregar-lhe o bastão para que novos valores possam ser estabelecidos pelo sexo feminino e venham dar à corrida mais alegria de viver.
Foi aí que votei na Marina, consciente e cheio de esperança. Ela estava preparada Ocupou cargos legislativos aprovada pelo voto dos eleitores, ocupou com dignidade e compromisso com seu passado e com o futuro do país um relevante cargo executivo, depois lançou-se candidata à presidência como uma mulher à altura do cargo pretendido. A daneira toda é que o bastão estava na mão de Dom Luiz, que armado do poder absoluto decidiu entregá-lo à fiel seguidora Presidenta, com a garantia de que poderia mudar tudo desde que tudo permanecesse como d’antes até sua volta sob retumbante escolta de votos, vencidas suas férias. Houve quem duvidasse que assim seria? Certamente, sim. Então veio a primeira mudança, um novo ministério. Então sentou-se a presidente na cadeira de El Rey, ladeada pelo secretário particular e pelo ministro-chefe da Casa Civil. Com esses novos nomes tão próximos da presidente, de comprovada competência e habilidade na condução da coisa pública, haveria boa governança e todos seriam felizes para sempre até o final da férias de Don Luiz.
Quando as chamas iniciadas no gabinete em que fica o cofre-forte do reino ameaçaram espalhar-se pelo castelo deixando em polvorosa os bombeiros oficiais do poder e os amadores de plantão, eis que Don Luiz sacrificando suas férias retorna garboso e impoluto, retoma o bastão e mostra a todos “quem manda aqui no pedaço”.
O ministro Antonio Palocci está programando alguma coisa para amanhã, como resposta às indagações que o país lhe faz. Seja o que for dito por ele, temo que uma mulher na presidência, colocada como foi a presidenta, joga por terra a minha esperança, que se mantinha mesmo tendo sido voto vencido. Prevaleceu em mim o conceito sobre o homem e a mulher nesse mundo louco, sujo e corrupto em que vivemos. Acreditei que a presidente poderia desempenhar o papel que eu queria ver numa presidente do nosso país. Mas, El Rey mostrou que não. Ou é ele quem manda ou o país desanda. Cabe a ela acompanha-lo. Ele tem o bastão.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O TEXTO É DO NOBLAT, PARA REFLEXÃO DE TODOS NÓS E RESPOSTA DA DILMA

Comentário
E aí, Dilma, diga alguma coisa...

Presidente Dilma, diga aí: quando a veremos informar diretamente ao distinto público que confia no ministro Antonio Palocci e que nada do que se disse e publicou até agora abala sua confiança nele?

Está esperando o quê? Que Palocci ofereça mais explicações para seu enriquecimento estupendo e rápido?

Está com receio do quê? De que possam surgir novas informações capazes de enfraquecer ainda mais o seu braço direito?

Se depender da oposição ficará tudo por isso mesmo. De parte da mídia, onde o ministro tem bons amigos, também. Só não posso assegurar que cessará o fogo amigo do PT.

Não precisa chamá-lo de ïrmãozinho" como chamou Lula alguns dias antes de demiti-lo do Ministério da Fazenda por causa da quebra de confidencialidade da conta bancária do caseiro Francenildo da Costa.

Quebrar confidencialidade do andar de baixo, pode. Do andar de cima, não.

O bom político é cínico. Lula é cínico. A senhora não é uma boa política. Logo...

Mas não dá para a senhora continuar fingindo que ignora a confusão protagonizada por seu principal auxiliar. Diga lá. Solidarize-se com ele.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

ELES, SÃO ELES, QUEM NÃO SABE?

             Quando chegaremos ao limite de nossa perplexidade, vendo o que fazem com esse país e com nóis. Digo assim porque desde uns oito ou ou nove anos parece ser vergonhoso citar nominalmente o país e, agora, se eu dissesse “o que fazem com o Brasil e conosco, ou com nós, o povo, seria um inadequado preconceito lingüístico da zelite. Quem são os que fazem  o que fazem? Eles, é claro. E quem são eles? Eles, são eles, quem não sabe? Os que tomam assento nas confortáveis poltronas do legislativo, do executivo e do judiciário, de onde dão provas inequívocamente diárias (se não estão nelas refestelados nos instantes que passam em gabinetes e salões, distribuem carteiradas por onde circulam) de que o poder lhes pertence igualitariamente enquanto ao povo não faltar uma fatia de pão e muito circo.
Foi-se o tempo em que mestres nos ensinavam: não dê peixe ao Jeca Tatu, dê o anzol e ensine-o a pescar. Hoje a lição é outra, quando querem fazer-nos todos jecas a dizer “nós pega o peixe”, para depois arrebatar-nos o pescado como troco na compra do voto no mercado da corrupção.  
            Assim a vida continua e o tempo passa, enquanto “eles” se perpetuam no poder. Pra que falar de saneamento básico, segurança, educação e promoção da saúde, se o preço do voto só dá para o pão da bolsa e o circo da fantasia que tão bem escamoteia o real?
Valerá alguma coisa a nossa perplexidade, enquanto formos impotentes para ir além?  Como não aceitar que “esse país” vai bem, se temos as melhores novelas do planeta, se o “brasileirão” é show de bola, se o Rock in Rio está aí, se já vivemos a antevisão das olimpíadas e copa do mundo inigualáveis do séc.XXI? Sem falar que  “eles”, homens e mulheres do poder, ao mais leve indício de falta de decoro, corrupção ou outra atitude ilícita, perderam seus cargos pondo fim à vida pública de prestadores de serviços ao país. Quer exemplos? Vale de presidente do senado? De presidente da câmara? De governador? De ministros? De juizes, promotores? Quer nomes? Ah! Você está brincando, estão todos por aí, ocupando as manchetes dos noticiários como sempre estiveram. Porém, como só acontece “nesse pais”, caíram para cima, não pé mesmo? Quem sabe agora o Palocci cai para candidato a presidente da república?
              

terça-feira, 17 de maio de 2011

SEMEANDO ESPERANÇA

                     O deputado estadual Tiago Ulisses, o mais votado do Partido Verde em Minas Gerais, passou boas horas entre correligionários mutuenses no último fim-de-semana, com tempo para comer um galo com macarrão no bar do Luzinho e, sempre acompanhado de seu assessor Milton, transitar por algumas regiões do município, ciceroneado pelo presidente Carlos Lineu  e outras lideranças do PV mutuense.
                     Nas várias oportunidades de dialogar com os filiados do Partido Verde, nas horas passadas em Mutum, o deputado ouviu a disposição dos verdes em lançar candidato a prefeito nas eleições do próximo ano e, também, manifestou o seu entusiasmo com o trabalho dos filiados e simpatizantes do PV mutuense que, além de candidatura própria, querem levar à convenção partidária um nome de consenso. Adivinha quem?   



Vamos filha, de mãos dadas e cheios de esperança!
   

         PARABÉNS AOS CRUZEIRENSES.

UFA! LÁ SE FOI A TEMPESTADE,DEIXANDO NO AR PRENÚNCIO DE MELHORES DIAS PARA REMAR O BARCO

Aqui no Papo do Mutum o mês de abril passou em brancas nuvens, sem uma linha sequer sobre qualquer coisa. Na verdade, porém, foram dias tensos que fizeram o mês durar uma eternidade, sob tempestuosas nuvens que mais elevaram a temperatura com o desafio dos raios e trovões...mas o barco não virou e, mesmo sem GPS, não me perdi sem rumo; o remo ainda na mão me permite seguir remando,em ondas mais mansas e dias mais reconfortantes com o friozinho que vai chegando aos poucos. E aos poucos, vou voltando a falar sobre o que vejo,sinto e penso enquanto vivo nesse mundão de Deus e no mundinho desse meu Mutum.
Ah! Quase me esquecia: agora, na maré mansa, quem sabe, eu e meus companheiros, nós pega o peixe pra tira-gosto duma pinguinha e aprende a não ter atitude lingúistica preconceitusa por causo que é muita feio.

segunda-feira, 28 de março de 2011

IPODE?


"Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!

("O livro e a América" - Castro Alves)

terça-feira, 8 de março de 2011

A VOCÊ

Mãe
      Amiga
              Companheira
                                 Filha
                                             a gratidão do homem
                                              no abraço do filho
                                                                        amigo
                                                                                companheiro
                                                                                                  pai.


                                                         Parabéns pelo seu dia!

segunda-feira, 7 de março de 2011

OS REIS NÚS: PRA VER A BUNDA PASSAR

          As multidões estão nas praças como que em resposta à indagação do poeta Fagundes Varela, manifestada nos versos postados no Papo do Mutum em 22 de fevereiro. Estão nas praças e avenidas da mãe África e outras terras de povos distantes que clamam pela liberdade e lutam como podem contra tiranias, abastecendo as telas da TV de todo o mundo.
            Aqui, distoamos da voz rouca daquelas praças de além mar na resposta dada ao poeta, pois é Carnaval e o coro se harmoniza em uníssomo cantando a alegria de viver no melhor dos mundos. Pena que a fantasia carnavalesca acaba na quarta-feira de cinzas, exceto para alguns blocos que se rebelam contra a limitação temporal e resistem alguns dias mais. Talvez a porcentagem dos brasileiros que não se entregam de corpo e alma  ao Rei Momo seja inferior àquela que sistematicamente aparecia nas pesquisas de opinião com declarada rejeição ao rei que se despedia do carnaval que foi governar o país...
            Há dois ou três dias vi no blog do Noblat, que acompanho diariamente, um vídeo de uns três minutos e meio, de uma jornalista chamada Raquel Sheherazade, da TV Tambaú, que eu nem sabia que existia na Paraíba, onde ela exerce seu direito de opinião e dá uma aula de sociologia sobre a importância atual do Carnaval para o povo brasileiro. Devia distribuído também em praça pública, como brinde dos organizadores desta que é a maior festa brasileira, para que todos entendessem o que foi sintetizado na seguinte frase: "Carnaval só dá lucro pra dono de cervejaria, pra proprietário de trio elétrico e pra poucos artistas baianos".
            Epa! Deixa eu me preparar para acompanhar as  informações sobre o que está acontecendo muito além do nosso Carnaval, do outro lado do mundo, ao vivo e em cores na televisão. 

sexta-feira, 4 de março de 2011

LÁ VAI MEU BLOCO, MESMO SEM CARNAVAL, CANTANDO HISTÓRIA





HISTÓRIA QUE DÁ SAMBA

Nas asas do Mutum voei meu sonho
Pousei no vale e também subi a serra
Trabalhador, com braço forte fiz aposta
Na esperança, na família, nesta terra

Nas asas do Mutum cheguei Modesto
Plantei semente e, assim, fui pioneiro
Eu sou Ribeiro, Araújo, Pôncio, Costa
Teixeira, Scherrer, Randow, Laigner, Pinheiro
Nas do Mutum meu coração aventureiro
Veio de longe trouxe amor e bem querer
Toquei viola, fiz a festa, seresteiro
Dancei catira, calango, cateretê

Nas asas do Mutum trago meu gesto
De gratidão a quem aqui cuidou de mim
Me deu saúde, segurança, educação
Comida boa em mesa farta sem ter fim

Eu sou Osório, Dona Cota, Victorino,
Maria Braga, seu Corrêa, João Pregão
Zé Gabriel, Dona Maricas, seu Henrique
Zeca Pereira, seu Dadá, doutor Bião

Nas asas do Mutum vejo esse povo
Voando nas alturas sem ter medo
Mantendo a tradição criando o novo
A sua história é um belo samba-enredo

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

TANTO TEMPO FAZ QUE NADA MUDA



      Aproveitei um tempo vago para ler um pouco da "HISTÓRIA DA INTELIGÊNCIA BRASILEIRA, de Wilson Martins,  vol. III,  referente ao período 1855-1877
onde encontrei poesias em que a prática política de hoje se assemelha bastante àquelas então objeto da crítica dos poetas. Copiei e alguns versos para o Papo do Mutum.


"...Quando ouvirei nas praças, ao vento das paixões,
Erguer-se retumbante a voz das multidões?"
            (Fagundes Varela - 1865)



"FORMAS DE GOVERNO
                       
Nenhum governo me serve,
Tenha o nome que tiver,
Se entre o povo, com desvelo,
Educação não houver;
Se imperar o patronato,
Se a corrupção se exercer;
Se não houver liberdade,
E também moralidade
Nas figuras do poder!
      
    Em conclusão:
Eu quisera ler nos fatos
a nossa Constituição".
       (Juvenal Galeno - 1865)






"SORTIMENTO DE GORRAS

Se o Governo do Império Brasileiro,
Faz coisas de espantar o mundo inteiro,
Transcendendo o Autor da geração,
O jumento transforma em sor Barão;
Se o estúpido matuto, apatetado,
Idolatra o papel de mascarado;
E fazendo-se o lorpa deputado,
N'Assembléia vai dar o seu - apolhado!
Não te espantes, ó Leitor, da novidade;
Pois tudo no Brasil é raridade!
            (Luís Gama)










"Leis, ou tortas, ou quebradas
Do arbítrio pelo bastão,
Mau sistema de eleição,
de juízes enxurradas,
Assembléias sempre inçadas
De gente néscia, ou servil
Barriguda ou pueril,
Febres cor de gema d'ovo
São pecados deste povo
São desgraças do Brasil

A maior desta desgraças
Vai de ninguém praticar,
Quando sobe a governar,
O que proclama nas praças
De um amor-próprio balofo:
Cada um para seu cofo
Só pescando com cuidado
Um catonismo afetado,
Um patriotismo fofo.

Sobre o vão patriotismo
Há outra caslamidade:
- Nos parvos muita vaidade,
Nos sábios muito egoísmo.
Levam-te, ó pátria, ao abismo
à corrupção que se atiça,
Dos estranhos a cobiça,
Que indústria e comércio aferra,
A ousadia - e dos da terra
Leis em parola, preguiça..."
           (Moniz  Barreto)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

LÁ COMO CÁ!

            Mantenho o hábito da leitura não apenas pela necessidade de me informar sobre tudo que ainda desconheço, mas também, ou preferencialmente, por significar uma das mais agradáveis possibilidades de lazer. Aprendi nas linhas e nas entrelinhas do conjunto das palavras escritas a distinção entre realidade e fantasia,  teoria e  prática, omissão e solidariedade, profusão e carência,condições inerentes à vida humana no relacionamento social.
            Assim, ao perceber que faltou o sinal de reticências na frase escolhida como a marca do novo governo brasileiro, que me pareceu incompleta, publiquei no Papo do Mutum há poucos dias  algumas sequências que poderiam contribuir para dar-lhe melhor sentido.
            Não há como passar ao largo de informações aparentemente sem qualquer importância para a vidinha pacata que desfrutamos nas cidades do interior, no meu caso Mutum-MG, se o que está em foco é:
            -  o deputado federal Romário jogando  bola na praia, no Rio de Janeiro, em horário de expediente parlamentar em Brasília;
            - um deputado federal cujo nome o eleitor desconhece, porque levou para a Câmara o pseudônimo de Tiririca, empossado porque comprovadamente alfabetizado, sendo da base aliada do governo, em sua primeira participação em votação plenária votar contra a proposta  do "seu" governo de aumento do salário mínimo para R$545,00 . Justificou-se depois o deputado, por cometer um equívoco. Claro que ele encontraria, como encontrou naquela votação e encontrará nas futuras, imensa dificuldade de manejar um complexo aparelho onde com certeza existem as palavras   SIM e NÃO e talvez uma terceira, ABSTENÇÃO,  para suas excelências registrarem seu voto no painel eletrônico. Aprendeu cedo o ilustre deputado a razão de terem eles tantos assessores. No seu caso, deveria  contratar  três, cabendo a cada um ocupar-se de levar o deputado Tiririca a apertar a tecla correta evitando a repetição de equívocos que poderiam comprometê-lo, não junto à Justiça Eleitoral, mas junto aos companheiros encarregados de governar o Brasil.
            Esses são apenas dois exemplos da mudanças que o país terá no Congresso Nacional com a eleições dos novos legisladores, pois dos que se perpetuaram como representantes do povo, o povo já cansou de esperar. Se quisermos mais exemplos desta disposição e competência para o trabalho legislativo, facilmente encontraremos em Brasília e nas casas legislativas  dos estados e municípios. Entre aqueles veteranos e esses novatos, fica o nosso desencanto com os legisladores. Lá como cá.  

domingo, 20 de fevereiro de 2011

ALGUMA POESIA: MINHA E DE GRANDES POETAS

       Gostar de ler me levou a gostar de escrever. Oswald de Andrade ensinou que "a poesia está nos fatos".  Quando tornou-se um extraordinário fato a queda do muro de Berlim, ponto culminante da libertação  de povos dominados pela força do poder e da ideologia, aquela constatação transformou-se em pequena poesia  Publicada em meu livro "Dádiva", é agora transcrita no Papo do Mutum em razão da sucessão de fatos a nos mostrar que os currais das ditaduras, uns após outros, vêm sendo destruidos destacadamente "no outro lado do mundo".Nos fatos recentes, a velha poesia está presente:


O ESTOURO DA BOIADA


Já não se prende o rebanho
Com arame farpado
Palavras de ordem
Confissões de pecado
Que de Leste a Oeste
Em nome da verdade
Tolheram dos homens a liberdade.






POESIA

Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda a minha vida inteira
          (Carlos Drummond de Andrade)



FLORES MURCHAS


Depois do nosso desejado enlace
Ela dizia, cheia de carinho,
Toda ternura a segredar baixinho:
- Deixa querido, que eu te beije a face!

Ah! se esta vida nunca mais passasse!
Só vejo rosas, sem um só espinho;
Que bela aurora surge em nosso ninho!
Que lindo sonho no peito nasce!

E hoje, a coitada, sem falar de amor,
Em vez daquele natural vigor,
Sofre do tempo o mais cruel carimbo.

E assim vivendo, de mazelas cheia,
Em vez de beijo, sempre me aperreia
          (Patativa do Assaré)
                                        


                                                                                                                                                                        


sábado, 19 de fevereiro de 2011

JUNTA GENTE E SAI FALANDO...


"Um governo que assume dando ordens ao Congresso Nacional traz consigo viés autoritário e isso não é bom para a democracia".
Senador Aécio Neves (PSDB-MG), sobre a votação do novo salário mínimo

Entre minhas leituras diárias está o Blog do Noblat, de onde transcrevo a frase acima e o comentário abaixo, feito por outro leitor do mesmo blog. Não estou aplaudindo o senador mineiro porque apenas disse o que é uma constatação a olhos nus de quem vive e sofre
num país vitimado pela ação deletéria dos políticos. Se eu pudesse me fazer ouvido, a voz seria de um brasileiro indignado a desafiar os políticos mineiros a cumprirem com dignidade, pela ação dependente apenas do compromisso moral de honrar o voto de seus eleitores, o mandato que lhes foi confiado, dando assim o exemplo de que não se curvaram e jamais se curvarão aos poderes da subserviência imposta por interesses escusos.
Quanto ao comentário do "Anarco", já disse aqui no Papo do Mutum e repito: seria ótimo se as pessoas saíssem do anonimato e se identificassem como cidadãos ao tornar públicas suas opiniões. Essa dele, por exemplo: eu assino embaixo.

Apelido: anarco - 19/2/2011 - 9:26

Um Congresso que obedece ordens do Planalto e está sempre sob a mira do Supremo precisa mesmo é de uma lavagem padrão expurgo.

Deixa de ser uma casa legislativa e se torna um amontoado de contraventores, em busca do seu ganho particular.

Deixa de ser um Poder e se torna um depósito de despreparados iletrados, que nem ao menos sabem o que estão fazendo ali.

O atual Congresso - como a maioria das Assembleias e a quase totalidade das Câmaras de cidades - não merece mais críticas.

Merece perda de mandatos, e que os atuais parlamentares procurem outra forma de ganhar a vida, sem ser com o avanço nos Tesouros Públicos.

Minha campanha continua:

MENOS REPRESENTANTES
MELHOR REPRESENTAÇÃO

Vou bater nessa tecla até a praga dos Três Tristes Poderes virar a Praça Tahrir de Braasília.

POR HOJE, FICO APENAS COM A FOTO E O LEMBRETE

Foi no dia 22 de janeiro que publiquei no Papo do Mutum a primeira foto da Maria Olívia. No texto eu dizia procurar sempre corrigir os meus erros para não comprometer o projeto de participar da construção de um mundo melhor para minha filha e para todos nós. Se aquela foi a primeira, outras virão em páginas futuras, na sequência da segunda foto que ilustra esse pequeno texto, que serve a mim mesmo como um lembrete: a omissão é também um erro,quando nos furtamos de manifestar a opinião que julgamos não apenas ser direito mas, sobretudo, dever do cidadão na busca do bem comum.
É isso aí. Por hoje, fico apenas com a foto e o lembrete. Para não ser omisso, voltarei sempre que julgar necessário, e por ter o direito de fazê-las publicamente, com minhas opiniões pessoais sobre a nossa vida em sociedade. É lógico que prefiro publicar minhas poesias, fotos de minha filha e de outras flores, porque flores há em Mutum.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O ÚLTIMO GOL DE RONALDO


          Ele não chegou aos mil gols como Pelé. Mas, como Pelé,não permitiu que sua brilhante carreira de excepcional desportista registrasse nas páginas de história dofutebol mundial
a triste sequência de degraus da trajetória inversa do ápice da fama aos rarefeitos gramados de times de categorias inferiores onde, aliás, tradicionalmente inúmeros jovens são revelados e dali partem para encantar os torcedores dos grandes clubes.
            Nunca antes na história deste pais, ops!, nunca antes na história deste planeta houve tanta superação dos infortúnios de um desportista, nunca houve tão incrível recuperação de um jogador lesionado, nunca houve tão aguerrida determinação de um ser humano para não entregar-se ao desencanto do afastamento precoce dos campos onde foi artista fenomenal. Este foi o grande campeão, que protagonizou com sua arte
momentos gloriosos do meu querido Cruzeiro Esporte Clube, dos principais clubes europeus, da seleção brasileira e enfim, fez a opção de escolher um dos grandes clubes brasileiros para encerrar com brilhantismo sua invejável carreira(invejável sim, com certeza, por muitos "craques" que não conseguem dar a seus clubes o retorno em prestígio, fama, glória ao dinheiro neles investido). Esse time é o Coríntians e Ronaldo
com a camisa 9 contribuiu para que o prestígio, a fama e a glória voltassem aos tempos recentes do clube em que ele se despede do futebol.
              Hoje, em plena segunda-feira, ao calor da tarde que se iniciava somou-se o calor humano de dezenas de profissionais da imprensa mundial, com câmeras e microfones ávidos de documentarem a última atuação de Ronaldo como jogador profissional, e o que transmitiram para todo o mundo foi o verdadeiro gol de placa. Diferentemente de todas as partidas em que centenas de gols marcados tiveram companheiros de quipe a coadjuvá-lo, hoje Ronaldinho brilhou como o Sol, o AstroRei,
que, solitário, ao sentir o cansaço dos pés driblou a dor e enganou a todos ao transformar palavras e lágrimas incontidas no inesquecível gol de placa. O último gol de Ronaldo.


                        

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011





  . 

...
de caráter dos políticos
de ética de quem lida com a vida humana
de compostura dos agentes públicos
de moralidade de ações que dêem credibilidade ao serviço público
de obras de interesse social em reciprocidade à arrecadação de impostos
de ações comprometidas com a melhoria da qualidade de vida da população
de compromisso social sufocado pela ganância dos abastados donos do poder
de recursos  por malversações do erário e corrupções de toda espécie
de escola incapaz de qualidade de ensino que prepara os indivíduos para a cidadania
de saúde pública onde o SUS padece de tantos males enquanto os pacientes se desesperam
de justiça em que a lei se aplica por conveniência em detrimento da imparcialidade.
de segurança pública exortando a população da transformar carros, lares e lojas em búnqueres particulares
de perspectiva para adolescentes e jovens prontos para a marginalidade social.
de informações e experiências geradoras de enriquecimento cultural indispensável ao exercício da cidadania
da indignidade de quem usa o dinheiro para fazer distinção entre cidadãos.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DESCULPE-ME XAULIM, É O QUE POSSO FAZER DAQUI DE MUTUM



Que bom, se vocês linkarem abaixo e, se puderem, se dispuserem  também a serem  doadores de medula, somando-se à corrente de pessoas solidárias ao menino Arthur e a todos os que esperam se beneficiar com o transplante necessário à recuperação da saúde e à esperança de continuarem vivos entre nós. Infelizmente, eu não posso ser doador, por ultrapassar o limite de idade. Sou apenas solidário com os que sofrem, como pacientes e como familiares.  

http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2011/01/29/interna_gerais,206645/batalha-de-menino-de-3-anos-por-transplante-de-medula-motiva-convocacao-de-voluntarios.shtml

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

FORÇA ARTHUR, VOCÊ VAI SAIR DESTA!



Arthur,com os pais Júlia e Guilherme: luta e mobilização que podem ajudar pacientes em todo o país (Renato Weil/EM/D.A Press )
      
          Impossibilitado de me colocar entre os voluntários à doação de que necessita o garotinho Arthur Morais, para transplante de medula, lamento profundamente estar acima do limite de idade para que a minha solidariedade se transforme em ato de doação capaz de alimentar a esperança de superação da doença LLA (Leucemia Linfóide Aguda)  dessa criança de apenas 3 anos de idade. Não conheço a mãe, Júlia, mas seu pai pai, Guilherme, conheci quando criança porque é filho de um casal de amigos inesquecíveis que não vejo há anos, Xaulim e Neuzinha.
            Não podendo me esquecer das horas e horas de tão agradável e proveitosa convivência nos momentos de lazer e do que fazer, nas residências, nos escritórios, nas cochias e nos bares, onde nos freqüentávamos enquanto  o Guilherme crescia, compartilho agora com eles o sofrimento pela doença do Arthur, que não conheço.  Espero que com a solidariedade de tantos doadores, a tenacidade dos pais e a competência dos profissionais que dele cuidam, Deus permita a sua plena recuperação para alegria de todos nós.
             Não nos esqueçamos  que há outros 37 doentes do mesmo mal em Minas Gerais. Quem sabe alguém desse grupo será beneficiado com o ato de solidariedade dos doadores que se mobilizam pela causa do Guilherme. Com esses pacientes e seus familiares compartilho a dor que sentem e a esperança de que a doença será vencida.  

domingo, 30 de janeiro de 2011

ELE MERECE, ELE MERECE!

Estou agora me conectando, hoje ainda não li nada de nada e portanto não sei se houve alguma evolução sobre o que ontem vi publicado sobre um movimento de rejeição à Ministra da Cultura e a proposição do nosso Tom Zé para o cargo. Sem me meter a rejeitar a irmã do Chico, que nem pelo currículum-vitae conheço, apoio a indicação do incansável e cada vez mais criativo artista. Para quem possa supor ser uma ironia ou outra gozação qualquer, transcrevo abaixo o que ousei chamar de poema e publiquei à página 88 do meu livro “Dádiva”, no ano de 2005. Aliás, estou com material pronto para um novo livro, sobre o qual volto a falar em outra oportunidade. Vamos agora ao

                                   TOM ZÉ, POR EXEMPLO

A LOUCURA DO ARTISTA ME ENCANTA
POR SUA LUCIDEZ
QUE É TANTA E EVIDENTE
A FAZER DA ARTE SEMPRE UM ATO NOVO
EM VEZ DE MERAMENTE UM NOVO FATO
COMO SE NADA MAIS PUDESSE SER CRIADO
ALÉM DA MODA DO CONSUMOIMPOSTA À GENTE  

VIVA A MANDINHA!!!

sábado, 29 de janeiro de 2011

OS VISITANTES DA NOITE VIVEM NA FOSSA



           Uma cidade onde quase toda a vizinhança de qualquer morador sabe informar se ele está em casa, se está no trabalho, se está viajando ou, em nenhuma dessas hipóteses, onde será possível encontrá-lo, não porque sejamos habitualmente fofoqueiros, mas, porque generalizadamente todos se conhecem, se vêem e compartilham de uma rotina de vida como se integrantes de uma só família, é uma constatação assim como outras tantas que, somadas à tradicional hospitalidade dos habitantes e aos  recursos naturais que embelezam nossa geografia,  dão-nos a melhor credencial para recepcionar e interagir com quem nos visita ou aqui aporta para fixar residência temporária ou definitiva.
            Há, entretanto, algumas carências sociais que persistem causando danos crescentes e cada vez mais crônicos, sem que a população seja capaz de entender tamanha incapacidade das sucessivas administrações municipais de solucioná-las,
sobretudo quando o município se vê e é visto em quadro de franca prosperidade. Entre várias outras com a mesma relevância, a falta de água tratada e de esgotamento sanitário  
é uma carência que não se justifica para os moradores dos distritos e muito menos para os habitantes de áreas urbanas da sede do município, como a Vila Norberto e o Jardim da Ponte, onde o que se vê são residências cujos quintais já não comportam mais perfurações para novas fossas.
            Lembro-me da leitura de “1822”, de Laurentino Gomes, que recorda o dito da princesa Leopoldina sobre o Brasil daqueles tempos: “A América portuguesa seria um paraíso terrestre se não houvesse um calor insuportável e muitos mosquitos”, lamentava a esposa de D. Pedro I. Pois na Vila Norberto, onde moro, além do calor que atinge a cidade e do mosquito da dengue que durante o dia nos intimida, os pernilongos não nos dão tranqüilidade para o descanso noturno e um sono reparador de nossas energias, pois infestam as ruas e os lares.
            Pobres de nós moradores destas regiões, a conviver com esses pequeninos moradores das fossas mal tampadas, algumas a vazar detritos pelas ruas. Pobres dos mutuenses cuja água potável da COPASA tornou-se objeto de desconfiança pelas impurezas levadas até as torneiras dos consumidores. Pobres daqueles que nem a água impura que tememos usar aqui na cidade é levada até suas casas nos distritos. Pois é, viva Mutum, esta cidade próspera em que vivemos!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

PODE PARECER FESTA, MAS É GUERRA


A administração municipal colocou em prática as ações do planejamento de combate à dengue aprovado na reunião do Conselho Municipal de Saúde,realizada em dezembro,  com  49 pessoas diretamente envolvidas , das quais 22 foram cedidas pelo governo do estado de Minas Gerais (5 da equipe de divulgação da GRS e 17 integrantes da força-tarefa vinda de Belo Horizonte), numa guerra ao mosquito que para ser vencida terá de contar com a mobilização da população mutuense e dos setores representativos dos órgãos públicos e dos segmentos sociais. Completam o número de profissionais envolvidos 27  funcionários efetivos e contratados, 14 deles da equipe da Funasa que atua em Mutum.
              No período de 9 de novembro até o fim de dezembro, mês em que foi aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde o planejamento agora colocado em prática, Mutum somava 86 casos notificados, enquanto de 3 de janeiro até a semana passada (dia 20) ocorreram 197 notificações, totalizando portanto 283 casos,ainda pendentes de confirmação mas de crescimento alarmante, sendo necessária a participação de todos para que se evite uma epidemia no município.
              Pode parecer festa as barracas que serão colocadas na Praça Benedito Valadares, o ônibus colorido e o carro fumacê percorrendo as vias públicas, os agentes com suas bombas e máscaras adentrando lotes e prédios, mais um caminhão coletor de lixo e um carnaval de garis, numa animação inusitada de nossas ruas. Contrariamente, porém, é mais uma batalha nesta verdadeira guerra contra esse mosquitinho aparentemente insignificante que, se ainda não fulminou mortalmente nenhum mutuense, já deixa um saldo de 283 casos notificados de 9 de novembro último até 20 de janeiro deste ano. Não podemos, potanto, apenas 
observar ou aplaudir esse batalhão de 49 combatentes na batalha de agora. Vamos com eles à luta, se não por medo do mosquito, por solidariedade anseiam vencer esta guerra.
    

sábado, 22 de janeiro de 2011

O PROGRESSO NÃO PODE SACRIFICAR A QUALIDADE DE VIDA


          Expresso com o título acima opinião pessoal, embora ele devesse, também na minha opinião,  compor o elenco dos preceitos indispensáveis a qualquer órgão da administração pública, em qualquer lugar do mundo, o que certamente evitaria tantos malefícios à humanidade. Não vou ficar aqui tecendo comentários, procurando culpados, tentando narrar minha tristeza por tudo que vemos acontecer neste momento na região serrana do Rio de Janeiro e nos estados do Leste do Brasil. Todo o povo brasileiro vê, sofre e se coloca solidário junto àqueles que sofrem na carne e no coração tantas perdas irreparáveis. Quero, sim, me posicionar como um cidadão comum que vive numa modesta cidade de um município onde as articulações entre produtores rurais locais e uma indústria de derivados de leite com sede em Ponte Nova, com o apoio da administração municipal anterior à de agora, superaram os obstáculos e implantaram a moderna fábrica que é hoje um belo cartão postal à entrada do perímetro urbano. Esta cidade é Mutum e Laticínios Porto Alegre é o cartão postal, o novo marco da industrialização do município. 
           Agora é que vem o problema. Fábrica em pleno funcionamento, inúmeros empregos criados, incremento da produção leiteira, do comércio e dos serviços, entre outros indicadores do progresso, são visíveis e indiscutíveis.  Há, entretanto,  uma questão que precisa ser discutida, não apenas entre aqueles três segmentos das articulações acima referidas, mas, sobretudo com a participação dos  moradores da Vila Norberto e do Jardim da Ponte, além de outras regiões da cidade, porque são os mais afetados pelo mau cheiro exalado nas 24 horas de funcionamento da fábrica. Não há como negar ter sido uma grande perda na qualidade de vida dos moradores vizinhos à Porto Alegre o mau cheiro, cujos danos  para serem reparados dependem da fiscalização dos órgãos públicos, a quem cabe aplicar as medidas punitivas pelo não cumprimento das leis, se for o caso, e mais ainda dependem  da rejeição da comunidade a uma prática danosa ao seu bem estar, medidas estas que exigirão do empreendedor investir nos reparos e adequações que venham sanar em definitivo aqueles males que afligem os vizinhos da fábrica Laticínios Porto Alegre e a população mutuense em geral. Nesse sentido, conversei ontem com o presidente da Câmara Municipal, vereador Gésio Nunes, que me disse  estar ensejando  esforços  realizar no próximo mês de fevereiro uma reunião com as partes supra mencionadas, quando a comunidade poderá conhecer as providências a serem adotadas pela empresa de laticínios. Tomara que ela continue a alavancar o progresso mutuense e contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população.

PROCURO SEMPRE CORRIGIR MEUS ERROS, PARA NÃO COMPROMETER O PROJETO DE UM MUNDO MELHOR PARA ELA


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ENCONTRAR VOCÊ AQUI, QUEM DIRIA?

 

         Que bom encontrar você aqui! Sua presença me faz ainda mais feliz neste aprendizado que a vida me oferece. Espero que tenhamos um diálogo agradável ao lazer e proveitoso para alimentar a esperança de estarmos construindo dias melhores para todos nós. Boas vindas!

OLHA A DENGUE AÍ, GENTE!


                Conselho Municipal aprovou, na sua última reunião, em dezembro, um planejamento contendo as estratégias de enfrentamento da dengue, cuja incidência de notificações e casos confirmados é alarmante, sobretudo para quem não esqueceu o que viveu a população mutuense há uns três anos, pouco mais ou menos. Durante as discussões, voltou a questão da não aprovação pela câmara municipal de lei para que os responsáveis por lotes e construções, não cumpridores em prazo hábil das determinações contidas em notificação  do órgão competente, fossem multados. 
                Tal projeto do executivo, originado de decisão do Conselho Municipal de Saúde, foi ratificado na reunião de agora como imprescindível às ações de combate à dengue, quando decidiram  os conselheiros  tornar pública sua estranheza pela não aprovação do mesmo no plenário da Câmara Municipal nem a apresentação de alternativas oriundas daquela casa  legislativa visando alcançar os objetivos ali propostos.Estou aqui fazendo a minha parte. Sou conselheiro, embora suplente.

EI, AMIZADE...

Você não conhece Mutum?
Venha conhecer. É um município e uma cidade pequena, de gente simples e hospitaleira.

Você é mutuense ausente?
Venha qualquer dia rever amigos e ver como o município está prosperando.

Você mora em Mutum?
Eu também. E como gosto desta vidinha da cidade!

ESSES ARTISTAS...


               Pois é: estão os artistas aí, como sempre. Rebeldes, criativos, marginais, incansáveis e pobres, coitados; estelares, globais, exauridos de criatividade e, invejáveis, podres de ricos. Inusitada e proscrita, inexpressiva ou cooptada, a arte é o elo de ligação afetiva do artista com o público, que pouco sabe da existência de um elo mais forte entre a maioria absoluta dos “artistas” e a indústria cultural, ambos voltados para a rentabilidade do mercado onde o público é conhecido apenas como consumidor: é o império da mídia eletrônica. Império que, em detrimento da pluralidade e da originalidade da criação artística, arranca dos meios de comunicação os valores intrínsecos da cultura e aprimora máquinas e homens para intensificar um processos de massificação que induz a população ao consumo acrítico de seus produtos.
             É neste cenário que os artistas estão aí. Como sempre, inventando moda. Uns falam demais, outros de menos; uns criticam outros aplaudem - o certo e o errado; historicamente alguns se calam, omissos; outros foram calados à força. Em todos, vemos formadores de opinião, pois, se a arte comove o público como expressão da sensibilidade humana, seu criador desperta o senso crítico do indivíduo ao provocar-lhe reação por atingir a sua sensibilidade. Agora mesmo vemos artistas falando sobre ética, poder, política...
              Ontem, no programa Roda Viva, da TV Cultura(SP), transmitido pela Rede Pública de Televisão, estava o poeta Hermínio Bello de Carvalho dando uma lição de brasilidade, de sensibilidade e discernimento sobre a nossa cultura. Ouvi-lo falar é tão bom quanto escutar aquelas tantas canções que ele criou com seus parceiros. Vozes assim nos conduzem às páginas da história valorizando a tradição, nos fazem refletir sobre a realidade do cenário cultural e suas circunstâncias que nos enchem de apreensão, nos trazem a certeza de que a arte continuará a ser indispensável alimento da sensibilidade humana dando vida ao processo criativo.   
 Enfim, vozes como a de Hermínio Bello de Carvalho nos trazem a esperança, apesar dos pesares.
(2ª feira 9/4/07)

          (Texto que publiquei naquela 2ªfeira de abril de 2007, quando dava meus primeiros passos tentando criar um blog - papo do mutum - que pode ser acessado por quem quiser ver o pouco que andei escrevendo
 até esse reinício no papodomutum).

POIS NÃO, SIM SENHOR. OU NÃO SENHOR, POIS SIM!

      

       Tanto  faz como tanto fez, parece até que cheguei agora e não sei se aqui é o Haiti de Caetano ou o Paraíso do Chico, essas figuras tão admiráveis quanto execráveis pelas palavras e obras. Na verdade, porém, eu cheguei há tanto tempo que poderia até contar aos chegados mais recentes um punhado de acontecimentos vivenciados que eu não gostaria de ver nada semelhante novamente acontecendo. Ah! deixa pra lá, o que passou, passou, não é assim? Se eu cheguei até aqui, vamos em frente.
        Não tive tempo de aprender a fazer minha página de poesia no Papo do Mutum, como pretendo, mas uma poesia que vai para minha gaveta sonhando ser página de um livrinho futuro, está aqui completando meu recado de hoje, pra não dizer que estou inteiramente perdido na multidão.. Pelo contrário,  vou no rumo da minha certeza relativa, balizando-me um pouco no que aprendi com a criação artística desses doces bárbaros, Chico e Caetano: a sensibilidade se tansforma em arte e o artista em cidadão pela opinião, daí que admirar o belo não me obriga a seguir a opinião de seu autor. Então vamos lá.


 GRACIAS A EL REY LUIZ

Doar a quem esta herança maldita
Que transformei no olimpo
Enquanto garimpei o ouro
Que dos meus bolsos transborda
E esparrama migalhas luzentes
Que não apontam futuro
Para quem é maltratado
Por falta de educação
Saúde, saneamento
Formando um a um multidão
De tantos milhões de gentes
Que não nasceram meus filhos
Mas a quem eu dou guarida
Desde que estendam a mão?

Sejam gratos, confiantes
Que faço o melhor que posso
Tirando dos companheiros
Que me sustentam no trono
- Esta gente honesta, honrada
Exemplo de brasileiros
Que não nega a cada irmão
(no sentido figurado)
As sobras do ouro embolsado
Sem qualquer corrupção.

Falo claro, jogo limpo
Pois neste país nunca antes
Sob o estelar firmamento
Neste reinado que é meu
Nesta  terra tão bendita
Houve tantos brasileiros
Que da pobreza saíram
Embora a oposição
Venha com toda essa grita
E só pra fazer baderna
Diz que é pura enganação
De quem a todos governa.

Assim esta herança maldita
Que transformei no olimpo
Será de quem eu quiser
No meu trono aqui sentar
Desde que bom companheiro
Ou companheira mulher
Para falar “sim Senhor”
Conforme eu comandar.

Não posso deixar de ser dono
Do poder que construí
Seria um tropeço no escuro
ver todo o ouro roubado
Ao povo não mais chegar
Pelas migalhas do engodo

Por isso não abro mão
Meu Deus do céu quem diria
De pôr na minha cadeira
e ensinar o que aprendi
para me representar
Uma mulher, minha cria
Que cuide do meu reinado
Defenda  os companheiros
E me devolva no futuro
Este olimpo abençoado
Que fiz com herança maldita

Ninguém me empurra no lodo
Viva os pobres brasileiros!